Um dos temas que mais converso com as pessoas é a questão da liberdade das pessoas, a questão do livre arbítrio. Será que temos livre arbítrio? Será que somos livres para tomar as nossas decisões? Penso que não. Nenhuma das nossas escolhas são livres de influências, externas e internas. Já tratei desse assunto em outros artigos, mas vou tentar explicar mais uma vez.
Hoje resolvi ir trabalhar com uma camisa amarela. Por que eu a escolhi? Muitos vão responder que eu escolhi a amarela dentre todas as possibilidades que tinha e que sou absolutamente livre para escolher entre a amarela, azul, verde ou a vermelha. Será mesmo que tenho toda essa liberdade?
Em primeiro lugar eu tenho que pensar em que ambiente eu vou estar, para então escolher a minha roupa. Se eu estivesse num velório, dificilmente escolheria uma cor tão chamativa quanto o amarelo. Se eu estivesse num ambiente bem frio, a cor da camisa nem seria notada, então tão faz a escolha que eu fizesse. Talvez o lugar que eu trabalhe não permita outras cores.
Outra coisa que pensei é se sirvo na camisa. Tem algumas camisas no meu armário não me servem mais e, mesmo querendo vesti-las, não posso mais usá-las. Então, a´qui, tenho uma limitação do tamanho da roupa que me serve.
Outro aspecto da minha escolha é meu gosto pessoal. Como gosto do amarelo, tenho uma camisa dessa cor. Não gosto de roxo, por isso, meu armário não tem camisas dessa cor. Obviamente só visto roupas que gosto.
Não sou lá de seguir muito a moda e as tendências modernas de se vestir, mas não saio de casa sem ter um mínimo de bom senso na combinação das cores que visto. Aí vejo outra limitação que é como vou ser visto pelas pessoas com as quais trabalho. Não quero ser ridicularizado nem parecer um "ogro" diante das pessoas.
Levando tudo isso em consideração. Melhor dizendo: sendo influenciado por todos esses fatores, escolhi a camisa amarela. A pergunta é eu agi de modo livre? É óbvio que eu não fui coagido por alguém apontando uma arma na minha cabeça me obrigando a vestir a camisa amarela. Mas meu gosto pessoal, o ambiente de trabalho, meu tamanho e o tamanho da camisa e a moda me influenciaram a tomas essa decisão.
Será que eu poderia escolher outra cor de camisa? Lógico que poderia. Mas essa outra escolha seria isenta de influências?
No que diz respeito à salvação da alma, não há tantas diferenças assim.
A Bíblia declara que a inclinação do homem, sem a influência do Espírito Santo de Deus é de ser Seu inimigo, inimigo de Deus (Romanos 8:7). Isso significa que há uma força que nos leva para longe de Deus, que nos afasta de Deus. Além disso, nossas atitudes são inimigas da santidade de Deus. Ratificamos essa força interna, cometendo atos que nos afastam ainda mais de Deus (Tiago 4:1-4). Outro fato importante nessa relação do homem com Deus é o fato de Deus ser espírito (João 4:24) e que as coisas espirituais somente são discernidas de modo espiritual (1 Coríntios 2:14-15). O problema é que, espiritualmente, o homem está morto para Deus (Efésios 2:1-2).
Mas o que, para mim, é definitivo na questão da liberdade do ser humano são certas declarações de Jesus Cristo que deixam claro a incapacidade do homem voltar-se para as coisas de Deus. Em João 8:44 o diagnóstico do Mestre é que as pessoas querem satisfazer as vontades do pai delas, o diabo. Outra declaração de Jesus é que as pessoas não querem ir até Ele para terem vida (João 5:40). Nossa liberdade é limitada pela ação da natureza de pecado que em nós opera.
Há outros textos que poderiam ser citados, porém vamos ficar por aqui nessa série. Se Deus permitir, o próximo texto vai continuar a abordar esse tema da liberdade de escolha que, infelizmente, nunca é para o Bem.
Reflexões sobre música, ciência e teologia por um biólogo-teólogo-músico. Pelo menos da Biologia tenho o diploma.
quinta-feira, 16 de janeiro de 2014
sexta-feira, 3 de janeiro de 2014
Marcos, no que você acredita? - Parte 1
Talvez pouca pessoas leiam esse primeiro post de 2014. Principalmente pelo tema que me proponho a escrever. Infelizmente, tenho amigos e irmãos, na minha própria igreja local que jamais leriam algo relacionado com o calvinismo. E, a impressão que tenho, é que a maioria dos que assim procedem, o fazem por puro preconceito. Em parte, isso é culpa dos próprio calvinistas. Eu mesmo já fui vítima do meu calvinismo. A impressão que tenho é que estou escrevendo mais para mim mesmo, a fim de rever a forma como vejo a Bíblia.
O Presb. Solano Portela enumera cinco pecados que ameaçam os calvinistas - poderiam ser citados mais - e acho que já caí nos cinco ao longo da minha vida. Hoje, graças a Deus, deixei a beligerância e não tento mais convencer as pessoas sobre a soberania absoluta de Deus ou a predestinação. Contudo, nunca me furto a uma boa conversa sobre esses assuntos. É bem verdade que a imagem que as pessoas fazem dos calvinistas é aquela de uma pessoa sisuda, intolerante, fundamentalista e conservadora.
O Dr Augustus, um dos calvinistas mais conhecidos do Brasil, concorda com isso (leia aqui). Mas há um ressurgimento do calvinismo no mundo todo e no Brasil não é diferente. Talvez você não saiba do que tem acontecido nos bastidores. Mas tem muita gente estudando e tentando entender o calvinismo. A Editora PES tem como um de seus maiores clientes igrejas e seminários da Assembleia de Deus. Essa editora é especializada em literatura de teologia reformada.
Quando comecei estudar a Bíblia, o meu calvinismo também era só o da predestinação. Inclusive a dupla predestinação: para o céu e para o inferno. Depois descobri que estava errado, pois Deus não predestina ninguém ao inferno. Ao céu sim. Mas ao inferno, o homem vai sozinho e sem ajuda divina. Depois disso, caí no hipercalvinismo: já que Deus predestinou tudo, então não precisava estudar a Bíblia (de alguma maneira eu iria aprender); não precisava mais evangelizar (os predestinados de alguma maneira serão alcançados); nem precisava orar (já que tudo acontece quando e como Deus quer) mais. Errei de novo.
Não fui calvinista desde criança. Pelo contrário. Minha convicção (e resposta num estudo bíblico sobre salvação na juventude) era a de que estava salvo porque tinha aceitado a Jesus, confessado publicamente e repetido algumas palavras na frente da igreja. Eu era bem responsável pela minha salvação. E ai de mim se não me esforçasse. Eu poderia perder a minha salvação.
Com o passar do tempo deixei essa maneira de pensar - conhecida como arminianismo - e passei de modo completamente diferente. Não foi fácil. Lutei comigo mesmo, com o Senhor, com a Bíblia. Lutei com escritores modernos e com escritores antigos. Ouvi pregações de ambos os lados. Conversei com muita gente. Ouvia muito até formar minha maneira de pensar. Sempre esteve na minha mente e coração: tenho que pensar do jeito que a Bíblia ensina. E essa foi (e tem sido) minha busca na teologia.
Sou calvinista sim. Isso significa que...
(1) acredito que Deus é absolutamente soberano sobre tudo e todos e nada que aconteça no mundo foge dos Seus olhos ou do Seu controle. Se estou escrevendo agora é porque Ele quis que eu escrevesse desde toda a eternidade e providenciou os meios para que isso acontecesse;
(2) acredito que sou absolutamente responsável por todos os meus atos. Eu não peco sem querer e nem porque Deus predestinou que eu pecasse - Ele não é responsável pelos pecados que cometo. Todas as minhas escolhas sou eu que as faço. E as decisões que tomo, infelizmente, são manchadas por minha natureza pecaminosa, embora o sacrifício de Jesus Cristo tenha me libertado do domínio do pecado;
(3) acredito que se Deus não tivesse me amado primeiro eu jamais teria como amá-lO. Se meu coração de pedra não tivesse sido trocado antes, eu jamais teria me voltado para Jesus Cristo. Deus mudou o meu coração, regenerando-me para uma viva esperança, só depois disso foi que passei a amar e a desejar conhecer e ter Jesus Cristo como meu Senhor e Mestre;
(4) acredito que Jesus Cristo morreu e que isso foi suficiente para minha salvação. Eu não preciso fazer mais nada para ser salvo. A morte de Jesus Cristo é tão eficaz que garante a minha salvação do começo ao fim. Ao me substituir na Sua cruz, Jesus também me incluiu nela, fazendo-me morrer para minha velha vida, para o pecado e para a morte. A obra de Jesus Cristo está consumada, como Ele mesmo disse;
(5) acredito que minha salvação está garantida e que meu destino também está selado da mesma forma. Ainda que eu venha me desviar, o Pai vai me preservar salvo para Sua própria glória. Minha certeza é que estou salvo para sempre. Mas isso não faz de mim um cristão indolente e preguiçoso. Eu não descanso nessa promessa com quem está debaixo de um coqueiro, sentindo a brisa no rosto. Tenho convicção que nada vai me separar do amor de Deus.
Por ser o primeiro post sobre esse assunto, essas informações bastam para situar as pessoas que não sabem o que um calvinista pensa. Há muito preconceito na igreja de Jesus Cristo. Mesmo pessoas que frequentam igrejas mais contextualizadas (como a minha por exemplo), não conhecem direito essas coisas. é por amá-las que escrevo essas coisas.
O Presb. Solano Portela enumera cinco pecados que ameaçam os calvinistas - poderiam ser citados mais - e acho que já caí nos cinco ao longo da minha vida. Hoje, graças a Deus, deixei a beligerância e não tento mais convencer as pessoas sobre a soberania absoluta de Deus ou a predestinação. Contudo, nunca me furto a uma boa conversa sobre esses assuntos. É bem verdade que a imagem que as pessoas fazem dos calvinistas é aquela de uma pessoa sisuda, intolerante, fundamentalista e conservadora.
O Dr Augustus, um dos calvinistas mais conhecidos do Brasil, concorda com isso (leia aqui). Mas há um ressurgimento do calvinismo no mundo todo e no Brasil não é diferente. Talvez você não saiba do que tem acontecido nos bastidores. Mas tem muita gente estudando e tentando entender o calvinismo. A Editora PES tem como um de seus maiores clientes igrejas e seminários da Assembleia de Deus. Essa editora é especializada em literatura de teologia reformada.
Quando comecei estudar a Bíblia, o meu calvinismo também era só o da predestinação. Inclusive a dupla predestinação: para o céu e para o inferno. Depois descobri que estava errado, pois Deus não predestina ninguém ao inferno. Ao céu sim. Mas ao inferno, o homem vai sozinho e sem ajuda divina. Depois disso, caí no hipercalvinismo: já que Deus predestinou tudo, então não precisava estudar a Bíblia (de alguma maneira eu iria aprender); não precisava mais evangelizar (os predestinados de alguma maneira serão alcançados); nem precisava orar (já que tudo acontece quando e como Deus quer) mais. Errei de novo.
Não fui calvinista desde criança. Pelo contrário. Minha convicção (e resposta num estudo bíblico sobre salvação na juventude) era a de que estava salvo porque tinha aceitado a Jesus, confessado publicamente e repetido algumas palavras na frente da igreja. Eu era bem responsável pela minha salvação. E ai de mim se não me esforçasse. Eu poderia perder a minha salvação.
Com o passar do tempo deixei essa maneira de pensar - conhecida como arminianismo - e passei de modo completamente diferente. Não foi fácil. Lutei comigo mesmo, com o Senhor, com a Bíblia. Lutei com escritores modernos e com escritores antigos. Ouvi pregações de ambos os lados. Conversei com muita gente. Ouvia muito até formar minha maneira de pensar. Sempre esteve na minha mente e coração: tenho que pensar do jeito que a Bíblia ensina. E essa foi (e tem sido) minha busca na teologia.
Sou calvinista sim. Isso significa que...
(1) acredito que Deus é absolutamente soberano sobre tudo e todos e nada que aconteça no mundo foge dos Seus olhos ou do Seu controle. Se estou escrevendo agora é porque Ele quis que eu escrevesse desde toda a eternidade e providenciou os meios para que isso acontecesse;
(2) acredito que sou absolutamente responsável por todos os meus atos. Eu não peco sem querer e nem porque Deus predestinou que eu pecasse - Ele não é responsável pelos pecados que cometo. Todas as minhas escolhas sou eu que as faço. E as decisões que tomo, infelizmente, são manchadas por minha natureza pecaminosa, embora o sacrifício de Jesus Cristo tenha me libertado do domínio do pecado;
(3) acredito que se Deus não tivesse me amado primeiro eu jamais teria como amá-lO. Se meu coração de pedra não tivesse sido trocado antes, eu jamais teria me voltado para Jesus Cristo. Deus mudou o meu coração, regenerando-me para uma viva esperança, só depois disso foi que passei a amar e a desejar conhecer e ter Jesus Cristo como meu Senhor e Mestre;
(4) acredito que Jesus Cristo morreu e que isso foi suficiente para minha salvação. Eu não preciso fazer mais nada para ser salvo. A morte de Jesus Cristo é tão eficaz que garante a minha salvação do começo ao fim. Ao me substituir na Sua cruz, Jesus também me incluiu nela, fazendo-me morrer para minha velha vida, para o pecado e para a morte. A obra de Jesus Cristo está consumada, como Ele mesmo disse;
(5) acredito que minha salvação está garantida e que meu destino também está selado da mesma forma. Ainda que eu venha me desviar, o Pai vai me preservar salvo para Sua própria glória. Minha certeza é que estou salvo para sempre. Mas isso não faz de mim um cristão indolente e preguiçoso. Eu não descanso nessa promessa com quem está debaixo de um coqueiro, sentindo a brisa no rosto. Tenho convicção que nada vai me separar do amor de Deus.
Por ser o primeiro post sobre esse assunto, essas informações bastam para situar as pessoas que não sabem o que um calvinista pensa. Há muito preconceito na igreja de Jesus Cristo. Mesmo pessoas que frequentam igrejas mais contextualizadas (como a minha por exemplo), não conhecem direito essas coisas. é por amá-las que escrevo essas coisas.
terça-feira, 24 de dezembro de 2013
Há dez anos atrás
Há exatos dez anos atrás eu passava o dia mais triste da minha vida: passei o Natal de 2003 sozinho, numa cidade litorânea. Eu e um peru que comprei para comer. Deixei a ave assando no forno, desci, andei pela praia e voltei. Antes de comer, orei e perguntei ao Senhor o que estava acontecendo comigo. Não lembro de ter recebido uma resposta.
Mas quanta tristeza. Não tinha ninguém com quem dividir. Mas eu também não tinha nada para dividir. Vivia um verdadeiro deserto. Não tinha esperança de nada mais: triste com minha igreja local, pouquíssimos amigos, profissão sem perspectiva, sem namorar já fazia muito tempo. Enfim, dava dó!
Depois de ter comido uns pedaços do Peru, desci para a praia a fim de ver alguém. Vi algumas pessoas, mas a tristeza continuava dentro de mim. Resolvi voltar para o apartamento e dormir. No dia seguinte, logo cedo, esquentei um pouco da carne do peru do dia anterior, comi meu café da manhã. Organizei o lixo, e sobrou muita carne, joguei fora, peguei minha mala e voltei para casa. Nada tinha mudado. E daquela experiência, pelo menos naquele momento, não tirei nada de útil.
Hoje, 2013, dez anos depois, estou na mesma praia, no mesmo apartamento, só que acompanhado da minha esposa e meus sogros. Como louvo a Deus por Ele ter colocado essas pessoas na minha vida! Como sou feliz ao lado deles! Deus restaurou minha alegria. Quase não tenho lembrança daquele fatídico Natal de 2003.
No Natal lembramos o nascimento de Jesus Cristo - ainda que na Bíblia não tenha essa prescrição. Mas Ele nasceu para morrer. E Ele morreu para me salvar, para me colocar no caminho do céu. Se não fosse por Ele, diretamente e na vida dos que estão comigo hoje, certamente eu não estaria aqui. É só porque Ele morreu e decidiu me amar é que estou aqui.
Bendito seja o Senhor Jesus Cristo e que Ele nasça no coração dos Seus eleitos! Feliz aniversário do Senhor Jesus Cristo!!!!!
sábado, 14 de dezembro de 2013
Um amigo querido está estudando as questões sobre livre-arbítrio e salvação. Animei-me em conversar com ele, ainda que de modo virtual. Essa é a resposta que escrevi a ele sobre suas indagações. Creio que pode ser útil para outras pessoas interessadas no assunto.
Quando tomei contato com essas doutrinas também me questionei isso. Mas veja que todos, sem exceção, merecem o inferno. Deus não tinha – e não tem – obrigação de salvar ninguém. O parâmetro de Deus nas Suas escolhas é Ele mesmo. Pois sendo perfeito e bom, não existe parâmetro melhor que a própria Trindade.
Ninguém é capaz de se arrepender a não ser que seja convencido pelo Espírito Santo e conduzido pelo próprio Deus ao arrependimento (Romanos 2:4). Lembre-se que a inclinação natural da carne é inimizade contra Deus e, portanto, por nós mesmos, sem a ação de Deus não seríamos capazes de nos voltar para Deus.
Não somos programados para fazer o “bem” ou o “mal”, o pecado da nossa natureza nos inclina SEMPRE para o mal: “Não há um justo se quer, ninguém que faça o bem”. É preciso entender que esse bem está relacionado com a capacidade de nos voltarmos a Deus. A nós isso é impossível, a não ser se houver a influência do Espírito Santo. Por que precisamos participar da salvação? Em Jonas 2:9, lemos que “a salvação pertence ao Senhor”. Ao mancebo de qualidade Jesus disse que o que era impossível para os homens é possível para Deus. Agora, sendo Deus perfeito, bondoso e amoroso para conosco, qual seria o problema se fôssemos programados por Ele! Se Deus fosse um ser qualquer, aí sim seria temerário ser programado por Ele.
Mas não é esse tipo de Deus que os calvinistas veem na Bíblia. Certamente, o deus que você descreveu é humano demais e não é o Deus da Bíblia. O problema de não se reconhecer o próprio pecado é porque “o deus deste século cegou o entendimento dos incrédulos para que não se resplandeça a luz”. Os sentidos estão embotados não por Deus, mas pelo pecado. Lembre-se que, sem Cristo, os homens estão “mortos nos seus delitos e pecados”, espiritualmente mortos. Ora, “as coisas do Espírito são discernidas espiritualmente”, como o homem natural pode entender as coisas de Deus? A não ser que haja uma radical operação regeneradora do coração humano, segue-se a máxima de Jesus de João 5:40, “vós não quereis vir a mim para terdes vida”.
Estar disposto a ser iluminado pelo Espírito Santo envolve, talvez, sermos confrontados nas nossas convicções. Você está disposto a se reconhecer errado, caso isso venha ocorrer? Você analisa com isenção suficiente as duas explicações sobre salvação? Está disposto a estudar sem ideias pré-concebidas?No final das contas a sua salvação depende de quem: de Deus que te amou ou da escolha que você fez? A quem você agradece quando está de joelhos aos pés do Mestre? A sua salvação é sua porque você se esforça para mantê-la? Ou é apenas pelos méritos de Cristo que você se mantém salvo? Aliás, é você que se mantém salvo ou é o Senhor Jesus Cristo que preserva você salvo? Essas são perguntas que precisam ser feitas com sinceridade ao nosso coração.
Não faz sentido nós compararmos a justiça de Deus com os nossos padrões de justiça. A salvação, por um lado, não tem sentido mesmo: desobedecemos a Deus, somos pecadores na nossa natureza e endossamos o pecado com nossas ações todos os dias; a Bíblia nos chama de “inimigos de Deus” e mesmo assim Ele resolve pagar o preço que nós deveríamos pagar e resolve nos amar e salvar para Si mesmo. Como isso se explica? Que sentido tem em Deus salvar gente que o afronta todo dia?! Lembre-se que nós só O amamos “porque Ele nos amou primeiro”. A pregação do evangelho é nossa obrigação, mas salvar quem nos ouve é prerrogativa de Deus. É o Espírito que “convence do pecado, da justiça e do juízo”. Lembre-se que Jesus era seguido por uma multidão, mas Ele mesmo não confiava neles, “porque conhecia o coração deles” (João 2:24).
Eu não tenho capacidade de mudar o coração de uma mulher e tornar esse coração favorável a mim. Mas Deus tem capacidade de “trocar o nosso coração de pedra, por um coração de carne” e Ele efetivamente faz isso. Deus não precisa Se sentir amado porque Ele é suficiente em Si mesmo. Nesse sentido, acho que essa comparação não pode ser aplicada aqui. Ora, Jesus pregou em inúmeras cidades e ninguém foi convertido. Veja o exemplo da mulher que foi pega em adultério. Naquele episódio quem precisava de salvação? A adúltera e os seus acusadores; ambos careciam da graça divina para salvação. Mas Jesus deixou aqueles homens irem embora e só tratou do perdão da mulher. O pecado daqueles homens foi exposto publicamente por Jesus, eles reconheceram que estavam em pecado e mesmo assim Jesus os deixou irem embora.
Se eu tiver alguma participação na minha reconciliação, para que então Jesus teve que morrer no meu lugar? Se eu, de alguma forma, participo da minha salvação, eu não precisaria de Jesus! Eu tenho alguma de boa para apresentar diante de Deus que me favoreça diante dEle? A motivação para eu pregar o Evangelho é porque Deus salva e Ele só salva se as pessoas ouvirem a Palavra de Deus. A minha motivação é porque Deus é cumpridor da Sua Palavra e Ele garantiu que, se Sua Palavra for pregada, as pessoas seriam salvas. A minha motivação é que Deus tem um povo e aqueles que fazem parte desse povo precisam ouvi-lO através da nossa pregação. Eu não sei quem vai ser salvo, mas Ele sabe. E Ele é fiel e capaz de cumprir Suas promessas.
A pergunta é quem pode crer? Quem pode crer em Jesus de modo salvífico? Se tomarmos o capítulo 2 de Efésios, versos 8-9, vemos que somos salvos pela graça, por meio da fé e isso não vem de nós. Perceba que existem três elementos envolvidos aqui: FÉ, GRAÇA e SALVAÇÃO. E o ensino do apóstolo é que isso não vem de nós. Não somos nós que produzimos esses três elementos. Temos isso tudo porque isso tudo nos foi dado. Fé para crer que minha mulher me ama é completamente diferente de crer que Jesus Cristo é meu salvador.
Perdoe-me pela longa resposta, mas quero muito continuar essa conversa com você. É muito bom conversar com quem pensa, com quem estuda. Um grande abraço, Marcos.
Quando tomei contato com essas doutrinas também me questionei isso. Mas veja que todos, sem exceção, merecem o inferno. Deus não tinha – e não tem – obrigação de salvar ninguém. O parâmetro de Deus nas Suas escolhas é Ele mesmo. Pois sendo perfeito e bom, não existe parâmetro melhor que a própria Trindade.
Ninguém é capaz de se arrepender a não ser que seja convencido pelo Espírito Santo e conduzido pelo próprio Deus ao arrependimento (Romanos 2:4). Lembre-se que a inclinação natural da carne é inimizade contra Deus e, portanto, por nós mesmos, sem a ação de Deus não seríamos capazes de nos voltar para Deus.
Não somos programados para fazer o “bem” ou o “mal”, o pecado da nossa natureza nos inclina SEMPRE para o mal: “Não há um justo se quer, ninguém que faça o bem”. É preciso entender que esse bem está relacionado com a capacidade de nos voltarmos a Deus. A nós isso é impossível, a não ser se houver a influência do Espírito Santo. Por que precisamos participar da salvação? Em Jonas 2:9, lemos que “a salvação pertence ao Senhor”. Ao mancebo de qualidade Jesus disse que o que era impossível para os homens é possível para Deus. Agora, sendo Deus perfeito, bondoso e amoroso para conosco, qual seria o problema se fôssemos programados por Ele! Se Deus fosse um ser qualquer, aí sim seria temerário ser programado por Ele.
Mas não é esse tipo de Deus que os calvinistas veem na Bíblia. Certamente, o deus que você descreveu é humano demais e não é o Deus da Bíblia. O problema de não se reconhecer o próprio pecado é porque “o deus deste século cegou o entendimento dos incrédulos para que não se resplandeça a luz”. Os sentidos estão embotados não por Deus, mas pelo pecado. Lembre-se que, sem Cristo, os homens estão “mortos nos seus delitos e pecados”, espiritualmente mortos. Ora, “as coisas do Espírito são discernidas espiritualmente”, como o homem natural pode entender as coisas de Deus? A não ser que haja uma radical operação regeneradora do coração humano, segue-se a máxima de Jesus de João 5:40, “vós não quereis vir a mim para terdes vida”.
Estar disposto a ser iluminado pelo Espírito Santo envolve, talvez, sermos confrontados nas nossas convicções. Você está disposto a se reconhecer errado, caso isso venha ocorrer? Você analisa com isenção suficiente as duas explicações sobre salvação? Está disposto a estudar sem ideias pré-concebidas?No final das contas a sua salvação depende de quem: de Deus que te amou ou da escolha que você fez? A quem você agradece quando está de joelhos aos pés do Mestre? A sua salvação é sua porque você se esforça para mantê-la? Ou é apenas pelos méritos de Cristo que você se mantém salvo? Aliás, é você que se mantém salvo ou é o Senhor Jesus Cristo que preserva você salvo? Essas são perguntas que precisam ser feitas com sinceridade ao nosso coração.
Não faz sentido nós compararmos a justiça de Deus com os nossos padrões de justiça. A salvação, por um lado, não tem sentido mesmo: desobedecemos a Deus, somos pecadores na nossa natureza e endossamos o pecado com nossas ações todos os dias; a Bíblia nos chama de “inimigos de Deus” e mesmo assim Ele resolve pagar o preço que nós deveríamos pagar e resolve nos amar e salvar para Si mesmo. Como isso se explica? Que sentido tem em Deus salvar gente que o afronta todo dia?! Lembre-se que nós só O amamos “porque Ele nos amou primeiro”. A pregação do evangelho é nossa obrigação, mas salvar quem nos ouve é prerrogativa de Deus. É o Espírito que “convence do pecado, da justiça e do juízo”. Lembre-se que Jesus era seguido por uma multidão, mas Ele mesmo não confiava neles, “porque conhecia o coração deles” (João 2:24).
Eu não tenho capacidade de mudar o coração de uma mulher e tornar esse coração favorável a mim. Mas Deus tem capacidade de “trocar o nosso coração de pedra, por um coração de carne” e Ele efetivamente faz isso. Deus não precisa Se sentir amado porque Ele é suficiente em Si mesmo. Nesse sentido, acho que essa comparação não pode ser aplicada aqui. Ora, Jesus pregou em inúmeras cidades e ninguém foi convertido. Veja o exemplo da mulher que foi pega em adultério. Naquele episódio quem precisava de salvação? A adúltera e os seus acusadores; ambos careciam da graça divina para salvação. Mas Jesus deixou aqueles homens irem embora e só tratou do perdão da mulher. O pecado daqueles homens foi exposto publicamente por Jesus, eles reconheceram que estavam em pecado e mesmo assim Jesus os deixou irem embora.
Se eu tiver alguma participação na minha reconciliação, para que então Jesus teve que morrer no meu lugar? Se eu, de alguma forma, participo da minha salvação, eu não precisaria de Jesus! Eu tenho alguma de boa para apresentar diante de Deus que me favoreça diante dEle? A motivação para eu pregar o Evangelho é porque Deus salva e Ele só salva se as pessoas ouvirem a Palavra de Deus. A minha motivação é porque Deus é cumpridor da Sua Palavra e Ele garantiu que, se Sua Palavra for pregada, as pessoas seriam salvas. A minha motivação é que Deus tem um povo e aqueles que fazem parte desse povo precisam ouvi-lO através da nossa pregação. Eu não sei quem vai ser salvo, mas Ele sabe. E Ele é fiel e capaz de cumprir Suas promessas.
A pergunta é quem pode crer? Quem pode crer em Jesus de modo salvífico? Se tomarmos o capítulo 2 de Efésios, versos 8-9, vemos que somos salvos pela graça, por meio da fé e isso não vem de nós. Perceba que existem três elementos envolvidos aqui: FÉ, GRAÇA e SALVAÇÃO. E o ensino do apóstolo é que isso não vem de nós. Não somos nós que produzimos esses três elementos. Temos isso tudo porque isso tudo nos foi dado. Fé para crer que minha mulher me ama é completamente diferente de crer que Jesus Cristo é meu salvador.
Perdoe-me pela longa resposta, mas quero muito continuar essa conversa com você. É muito bom conversar com quem pensa, com quem estuda. Um grande abraço, Marcos.
quarta-feira, 4 de dezembro de 2013
Knights of Cydonia (cover)
Essa foi a apresentação de encerramento do semestre no EM&T.
https://www.youtube.com/watch?v=ER1t7TBOyAU
https://www.youtube.com/watch?v=ER1t7TBOyAU
segunda-feira, 2 de dezembro de 2013
Os cultos do final de semana
Este final de semana fui a alguns cultos. Um deles aconteceu na casa de um amigo e na minha casa. Um deles foi em um cemitério e o último deles foi numa convenção de tatuadores. Não participei de todos eles, mas, pelo menos, fui a eles.
Isso é bem interessante: você participa dos cultos em que comparece? Se bem que há várias possibilidades e maneiras de participar. Quando vou a um show, participo do show? Eu não subo no palco, não toco e não canto com a banda, mas de alguma maneira eu acabo participando do show. E de um culto? Será que podemos, passivamente, participar de um culto a Deus?
Hoje em dia, percebo muitos cultos acontecendo no dia a dia. Nas academias, o culto é ao corpo, forma física e a aparência. O que move esse culto é o exibicionismo, a necessidade de ser percebido e o ego. Nos restaurantes, o culto é à gastronomia. A motivação para esse culto nem sempre é a necessidade de se alimentar. Mas os elementos desse culto são prazerosos: cheiro, cor, textura, ambiente, bebida, temperatura são alguns dos componentes desse culto.
O culto à memória dos que faleceram é muito forte. A lembrança dos que partiram, do legado que deixaram é muito presente nas culturas. O interessante é que um tema como a morte evocar tanta manifestação. A pessoa pode ser uma desconhecida na multidão, mas sempre tem alguém que se manifesta. É muito triste quando uma pessoa morre na solidão da vida, sozinha e abandona. Quando vamos a um cemitério isso fica muito evidente.
Ninguém cultua o que não aprecia ou o que não conhece. Até ateus prestam seu culto, seja para a intelectualidade, para o conhecimento, para a família, etc. Não tem jeito. O ser humano é um cultuador. Através do culto a pessoa se conecta com o cultuado e estabelece uma relação de existência com seus pares.
Um dia, uma mulher perguntou a Jesus Cristo onde era o lugar correto de se prestar um culto a Deus. Jesus respondeu dizendo a ela sobre a atitude que o cultuador a Deus deve ter. Não é num monte nem em um templo, mas com um coração que seja aceitável a Deus.
O cadáver enterrado não participa do culto que lhe é prestado. A comida ingerida no restaurante nem sabe que está participando de um ritual. A academia pode estar vazia, mas fico me olhando e me admirando na frente do espelho. No culto a Deus não tem jeito, eu e Ele temos que estar presentes. No meu caso, meu coração deve estar do jeito que Ele prescreveu, "em espírito e verdade". Se eu estiver de outra forma tentando cultuar a Deus, mesmo assim Ele estará presente, mas dificilmente vai gostar do que vai receber.
Isso é bem interessante: você participa dos cultos em que comparece? Se bem que há várias possibilidades e maneiras de participar. Quando vou a um show, participo do show? Eu não subo no palco, não toco e não canto com a banda, mas de alguma maneira eu acabo participando do show. E de um culto? Será que podemos, passivamente, participar de um culto a Deus?
Hoje em dia, percebo muitos cultos acontecendo no dia a dia. Nas academias, o culto é ao corpo, forma física e a aparência. O que move esse culto é o exibicionismo, a necessidade de ser percebido e o ego. Nos restaurantes, o culto é à gastronomia. A motivação para esse culto nem sempre é a necessidade de se alimentar. Mas os elementos desse culto são prazerosos: cheiro, cor, textura, ambiente, bebida, temperatura são alguns dos componentes desse culto.
O culto à memória dos que faleceram é muito forte. A lembrança dos que partiram, do legado que deixaram é muito presente nas culturas. O interessante é que um tema como a morte evocar tanta manifestação. A pessoa pode ser uma desconhecida na multidão, mas sempre tem alguém que se manifesta. É muito triste quando uma pessoa morre na solidão da vida, sozinha e abandona. Quando vamos a um cemitério isso fica muito evidente.
Ninguém cultua o que não aprecia ou o que não conhece. Até ateus prestam seu culto, seja para a intelectualidade, para o conhecimento, para a família, etc. Não tem jeito. O ser humano é um cultuador. Através do culto a pessoa se conecta com o cultuado e estabelece uma relação de existência com seus pares.
Um dia, uma mulher perguntou a Jesus Cristo onde era o lugar correto de se prestar um culto a Deus. Jesus respondeu dizendo a ela sobre a atitude que o cultuador a Deus deve ter. Não é num monte nem em um templo, mas com um coração que seja aceitável a Deus.
O cadáver enterrado não participa do culto que lhe é prestado. A comida ingerida no restaurante nem sabe que está participando de um ritual. A academia pode estar vazia, mas fico me olhando e me admirando na frente do espelho. No culto a Deus não tem jeito, eu e Ele temos que estar presentes. No meu caso, meu coração deve estar do jeito que Ele prescreveu, "em espírito e verdade". Se eu estiver de outra forma tentando cultuar a Deus, mesmo assim Ele estará presente, mas dificilmente vai gostar do que vai receber.
sexta-feira, 1 de novembro de 2013
Homem é homem. E rato é rato!
Volta
e meia somos pegos por reportagens e notícias bombásticas sobre os mais
variados assuntos. E, particularmente, assuntos relacionados às
questões bioéticas, sempre chamam a atenção. Hoje em dia o assunto em
pauta é a pesquisa com uso de animais. Pode ou não pode? Existe
fiscalização? É necessário? Já existem meios alternativos? Essas são
questões colocadas na ordem do dia.
Logo
que os últimos acontecimentos ficaram conhecidos, muita gente, nas
redes sociais, saiu em defesa dos animais e outro tanto de gente saiu em
defesa das pesquisas. Vimos mais uma vez nesse país, ações violentas e
agressivas por parte de gente ativa na defesa dos animais. O caso da
Royal é apenas mais um em que os manifestantes querem resolver o assunto
na porrada. Parece-me que isso está virando moda no Brasil.
Infelizmente.
Essa
agressividade parece ter invadido também o campo das ideias. Os
ativistas defenderam seus pontos de vista com bastante veemência e
algumas conversas que participei, o tom era sempre o mesmo: cancelamento
total e imediato de todas as pesquisas que usam animais. Mas pensar
dessa maneira é animalesco, uma vez que não há medida das consequências
de um ato com esse.
A
pergunta que sempre faço - e ainda não consegui obter nenhuma resposta
inteligente é o que os ativistas fazem quando precisam de analgesia para
alguma dor. Será que passear com os animais de estimação causa
analgesia? Alguma mulher ativista, em TPM, resolve não tomar nenhum tipo
de remédio? Ativistas acometidos de câncer, fazem o quê, só brincam com
os animais? Quando somos contra alguma coisa de modo indiscriminado,
podemos exagerar nas nossas avaliações e "jogar fora a água da banheira
junto com o bebê".
Do
ponto de vista evolutivo, não existem privilégios para a espécie
humana, mesmo que essa seja considerada a mais inteligente. Mas é
inegável que existe uma dignidade (não sei se é essa a palavra!)
diferente entre humanos e animais não humanos. Não consigo entender como
o mesmo direito dos animais se aplicaria a pessoas "menores" e
"interditados". O Direito não olha para os humanos do mesmo jeito que
olha para os outros animais. A Psicologia também, apesar de crescer mais
e mais o número de psicólogos especializados em animais não humanos.
E
se considerarmos a religião, vemos a mesma coisa. A própria Torá, nos
mostra que Deus estabeleceu uma diferença entre nós e os outros animais,
fazendo-nos à Sua "imagem e semelhança" e Se relacionando conosco de
uma forma diferente de como Se relaciona com as demais criaturas. Aos
humanos, Deus deu a ordem de dominar sobre os animais de todas as
espécies e de cuidar do Jardim do Éden. Isso não significa que Deus
autorizou o homem a ser um déspota sanguinário e inconsequente no trato
com os animais.
Qual é a ética entre os animais não humanos? Existe moralidade entre eles? Qual é o ethos
que rege a convivência dos animais não humanos? Se estudarmos o
comportamento, por exemplo, de chimpanzés, veremos muita semelhança
comportamental. E até há quem extrapole essas semelhanças para emoções e
questões sociais. Uma vez que seja questionável o aspecto moral nos
animais não humanos, entre nós, essa questão está bem estabelecida.
Somente agora especialistas em comportamento de primatas, por exemplo,
têm desvendado comportamentos dos macacos parecidos com o nosso. Darwin
talvez dissesse que é o nosso comportamento que se parece com o deles.
Os
direitos dos animais são respeitados por todos os comitês de ética das
universidades em que são feitas pesquisas com uso deles. Inclusive os
comitês de ética são bem rigorosos nesses acompanhamentos, muitas vezes
vetando algum tipo de pesquisa que não esteja de acordo. O CONCEA existe
justamente para essa finalidade. Na minha experiência pessoal, na
graduação e depois de formado, vi muitos casos que projetos de pesquisa
foram revistos por causa dos comitês de ética das universidades.
Outro
problema que vejo é a falta de alternativas. Quais são as alternativas
apresentadas pelos ativistas da causa dos animais. O discurso que mais
aparece para os cientistas pode ser resumido na seguinte frase:
"Virem-se. Não queremos o uso de animais, então desenvolvam outras
técnicas." Isso é muito fácil falar. Mas quando inúmeros estudos sérios
já estão em andamento, não é possível simplesmente parar anos de estudos
para achar novas técnicas. Por que os ativistas não se debruçam sobre a
bancada nos laboratórios e criam essas novas técnicas?
Portanto,
há que se ter muito equilíbrio quando discutimos essas questões. Não
podemos forçar os argumentos para nenhum dos lados. Ninguém, em sã
consciência, é favor que a vida seja maltrada, seja a vida humana ou dos
outros animais. Ninguém usaria animais de estimação para pesquisas
científicas. Mas existem animais que por anos têm sido usados nas
pesquisas com resultados benéficos para a saúde humanos. Temos muitos
exemplos: insulina para uso humano, remédios para câncer, analgésicos
entre muitos outros casos.
Se
os direitos são iguais entre seres humanos e não humanos, por que os
deveres não deveriam ser iguais também? Que os animais não humanos
tarabalhem e ganhem o seu próprio sustento. Quando um animal carnívoro,
como os cachorros, são alimentados com vegetais por seus donos, eles
deveriam protestar na Avenida Paulista às 18 horas por melhores
condições de alimentação.
Afinal de contas, você é um homem ou um rato?
segunda-feira, 1 de julho de 2013
Mais uma reportagem desastrosa
Esta semana, a Veja São Paulo publicou uma reportagem entitulada A "cura gay" nos templos da fé. Pelas três frases destacadas na capa da revista, suspeitei do leria mais tarde. Dito e feito. Quem escreveu a reportagem, João Batista Jr., apesar do nome bíblico, não conhece a cristianismo brasileiro.
No meio da reportagem (p. 38 e 39) há 7 diálogos em destaque que o repórter teve com os pastores das igrejas visitadas. Na reprotagem, um dos parágrafos começa "Na semana passada, VEJA SÃO PAULO ouviu frases como essas em um périplo por dez igrejas evangélicas da metrópole das mais variadas vertentes." (grifos meus). Se ouviu, não publicou e, portanto, não deveria ter escrito o que escreveu. As citações na reportagem e as igrejas visitadas são todas da vertente neopentecostal. Vertente essa que tem deturpado e trazido muitos problemas para o evangelicalismo brasileiro.
Não apenas do ponto de vista teológico, mas também no aspecto sociológico, essa vertente do cristianismo tem feito um verdadeiro estrago. Pastores e estudiosos como Paulo Romeiro e Augustus Nicodemus, apenas para citar dois nomes, têm analisado o impacto da doutrina e dos ensinos dessas igrejas entre os cristãos. Por isso mesmo não vou falar deles.
Mas o que me chamou a atenção na reportagem é justamente a ineficiência do repórter em mostrar o que o cristianismo pensa da homossexualidade. Todas as pessoas, de todas as eras e em todos os lugares, seguem uma ética, pessoal ou coletiva. No caso dos evangélicos, seguidores da Bíblia como são, seguem o que ela ensina a respeito da vida. Quanto à homossexualidade, a Bíblia diz que isso é pecado, como também o são, o roubo, o assassinato, a fofoca, a poligamia, desonrar os pais, entre outros.
O que o repórter, hábil e maldosamente, deixa para a interpretação do leitor é a associação de todos esses pecados com a vida de quem os comete. "Segundo ele [o pastor entrevistado], na escala das malfeitorias, um homossexual está na mesma categoria do ladrão, do assassino, do viciado em drogas e do adúltero. Todos são pecadores mortais." (p. 38). O que o repórter talvez não saiba, é que a Bíblia ensina que "todos pecaram" e por isso "são carentes da glória de Deus" (Romanos 3:23). Além do fato que "Deus encerrou a todos debaixo da desobediência para usar de misericórdia com todos" (Romanos 11:32).
O que o repórter e a sociedade ainda não entenderam é que o fato da Bíblia denunciar o pecado, não significa que o pecador está sem esperança. Os cristãos não devem escolher contra quais pecados pregar. A mesma veemência que usamos para combater a homossexualidade, as drogas, o sexo fora do casamento, devemos usar para combater a mentira, a maledicência, o roubo, a injustiça social, etc e etc. Quando a igreja bate demais contra a homossexualidade e, deliberadamente, deixa os outros pecados de fora, faz as pessoas interpretarem errado a sua função no mundo. Jesus Cristo disse que seríamos Suas testemunhas e Ele próprio, combateu toda a forma de pecado.
Outra coisa que o repórter precisa entender - e a sociedade também - é que a Bíblia não vê gradações para o pecado. Diante de Deus não existem "pecado, pecadinho e pecadão". Essa escala de valores existe para nós, pecadores, porque queremos aliviar o nosso lado diante de Deus. Assim, se eu só roubei R$ 0,50 e mereço menos rigor que os ladrões do Banco Central. A apóstolo Tiago, em sua carta, ensina que aquele que erra em um ponto da lei, é como se tivesse errado em todos (Tiago 2:10). Portanto, o padrão de conduta do cristão deve ser muito mais elevado, do que simplesmente ser contra uma prática homossexual. Por isso, toda forma de pecado é mesmo considerada um caminho de morte pela Bíblia.
Portanto, João Batista Jr., minha sugestão é que você seja um pouco mais cuidadoso com suas palavras. Uma vez que existem muitos evangélicos que pensam de modo diferente daqueles que foram citados. E esse é outro problema da reportagem. Pelo que se lê na revista, existem apenas dois lados - extremados - nessa discussão: os que são totalmente contrários e os que conciliam o cristianismo e a homossexualidade. O que o repórter precisa entender é que existe uma massa de cristãos que não tem a mente tacanha dos pastores entrevistados e nem possui o desvario das pastoras lésbicas citadas na reportagem. E esses ficaram de fora da reportagem.
No meio da reportagem (p. 38 e 39) há 7 diálogos em destaque que o repórter teve com os pastores das igrejas visitadas. Na reprotagem, um dos parágrafos começa "Na semana passada, VEJA SÃO PAULO ouviu frases como essas em um périplo por dez igrejas evangélicas da metrópole das mais variadas vertentes." (grifos meus). Se ouviu, não publicou e, portanto, não deveria ter escrito o que escreveu. As citações na reportagem e as igrejas visitadas são todas da vertente neopentecostal. Vertente essa que tem deturpado e trazido muitos problemas para o evangelicalismo brasileiro.
Não apenas do ponto de vista teológico, mas também no aspecto sociológico, essa vertente do cristianismo tem feito um verdadeiro estrago. Pastores e estudiosos como Paulo Romeiro e Augustus Nicodemus, apenas para citar dois nomes, têm analisado o impacto da doutrina e dos ensinos dessas igrejas entre os cristãos. Por isso mesmo não vou falar deles.
Mas o que me chamou a atenção na reportagem é justamente a ineficiência do repórter em mostrar o que o cristianismo pensa da homossexualidade. Todas as pessoas, de todas as eras e em todos os lugares, seguem uma ética, pessoal ou coletiva. No caso dos evangélicos, seguidores da Bíblia como são, seguem o que ela ensina a respeito da vida. Quanto à homossexualidade, a Bíblia diz que isso é pecado, como também o são, o roubo, o assassinato, a fofoca, a poligamia, desonrar os pais, entre outros.
O que o repórter, hábil e maldosamente, deixa para a interpretação do leitor é a associação de todos esses pecados com a vida de quem os comete. "Segundo ele [o pastor entrevistado], na escala das malfeitorias, um homossexual está na mesma categoria do ladrão, do assassino, do viciado em drogas e do adúltero. Todos são pecadores mortais." (p. 38). O que o repórter talvez não saiba, é que a Bíblia ensina que "todos pecaram" e por isso "são carentes da glória de Deus" (Romanos 3:23). Além do fato que "Deus encerrou a todos debaixo da desobediência para usar de misericórdia com todos" (Romanos 11:32).
O que o repórter e a sociedade ainda não entenderam é que o fato da Bíblia denunciar o pecado, não significa que o pecador está sem esperança. Os cristãos não devem escolher contra quais pecados pregar. A mesma veemência que usamos para combater a homossexualidade, as drogas, o sexo fora do casamento, devemos usar para combater a mentira, a maledicência, o roubo, a injustiça social, etc e etc. Quando a igreja bate demais contra a homossexualidade e, deliberadamente, deixa os outros pecados de fora, faz as pessoas interpretarem errado a sua função no mundo. Jesus Cristo disse que seríamos Suas testemunhas e Ele próprio, combateu toda a forma de pecado.
Outra coisa que o repórter precisa entender - e a sociedade também - é que a Bíblia não vê gradações para o pecado. Diante de Deus não existem "pecado, pecadinho e pecadão". Essa escala de valores existe para nós, pecadores, porque queremos aliviar o nosso lado diante de Deus. Assim, se eu só roubei R$ 0,50 e mereço menos rigor que os ladrões do Banco Central. A apóstolo Tiago, em sua carta, ensina que aquele que erra em um ponto da lei, é como se tivesse errado em todos (Tiago 2:10). Portanto, o padrão de conduta do cristão deve ser muito mais elevado, do que simplesmente ser contra uma prática homossexual. Por isso, toda forma de pecado é mesmo considerada um caminho de morte pela Bíblia.
Portanto, João Batista Jr., minha sugestão é que você seja um pouco mais cuidadoso com suas palavras. Uma vez que existem muitos evangélicos que pensam de modo diferente daqueles que foram citados. E esse é outro problema da reportagem. Pelo que se lê na revista, existem apenas dois lados - extremados - nessa discussão: os que são totalmente contrários e os que conciliam o cristianismo e a homossexualidade. O que o repórter precisa entender é que existe uma massa de cristãos que não tem a mente tacanha dos pastores entrevistados e nem possui o desvario das pastoras lésbicas citadas na reportagem. E esses ficaram de fora da reportagem.
sábado, 8 de junho de 2013
Que segurança: sou de Jesus!
Hoje, 5 da manhã, insônia. Coloquei o iPhone para escutar algumas músicas e voltei a dormir. De repente acordo e está tocando a música "Deus não pensa como pensa o homem", de Carlos Sider. Lá pelo meio da música, a letra diz: "Ele é o Deus que consertou meus trilhos...Ele é quem define qual é o meu rumo/Ele é quem sabe bem mais que eu". Que conforto há para a alma cansada, como a minha, saber que meus dias já foram escritos por Deus (Salmo 139:16). Que conforto saber que os pensamentos dEle para mim, são pensamentos de paz (Jeremias 29:11). Que descanso posso desfrutar em saber que os eventos da minha vida estão dentro do plano perfeito de Deus para mim.
Nada escapa de Seu controle, de Seus olhos. Não estou jogado à minha própria sorte. Se erro ou se acerto na vida, a glória é toda dEle. Cada vitória que tenho é a Ele que agradeço. Cada fracasso que passo, agradeço a Ele por aprender a ser um melhor filho dEle. Se Ele é capaz de saber quantos fios de cabelo eu tenho, imagine o que Ele já sabe sobre o meu futuro, pois já o determinou para mim! Cabelos na cabeça não são nada quando comparados com a excelência do céu que Seu Filho Jesus Cristo preparou.
Em momentos de crise espiritual temos que vislumbrar a glória de Cristo que nos aguarda, diz John Owen. Meus olhos precisam se fixar na glória eterna. As tristezas, desilusões e decepções que tenho, não são nada perto do que Jesus Cristo sofreu por mim, para assegurar o céu para mim. Sim, a salvação pertence ao Senhor (Jonas 2:9), mas Ele a repartiu comigo. Nada há que possa me separar do amor de Deus que está em Cristo Jesus (Romanos 8:39). Posso passar fome e nudez. Passar privações emocionais e de saúde. Posso ser tentado pelo próprio diabo na minha frente. E, ainda que caia nas suas armadilhas, continuo sendo de Deus, ovelha do pastoreio do Bom Pastor.
Uma vez fui conduzido até o Bom Pastor, Ele pegou na minha mão e ninguém vai me arrebatar de lá (João 10:29). Ele nunca vai me rejeitar porque o que Ele faz é sem revogação (Romanos 11:29). Se Ele decidiu me salvar ninguém vai movê-lo dessa decisão (Daniel 4:35) e Ele não vai me lançar fora (João 6:37). Lembrei-me de um hino que gostava de cantar na minha infância. Depois descobri que ele foi escrito por uma mulher cega que tinha a esperança de se encontrar com seu Senhor e salvador Jesus Cristo. Essa é a minha certeza.
Que segurança: sou de Jesus!
Que segurança: sou de Jesus.
Eu já desfruto o brilho da luz.
Sou, por Jesus, herdeiro de Deus,
ele me leva à glória dos céus.
Canta, minha alma! Canta ao Senhor!
Rende-lhe sempre ardente louvor!
Canta, minha alma! Canta ao Senhor!
Rende-lhe sempre ardente louvor!
Ao seu amor eu me submeti,
no coração a paz eu senti!
Anjos descendo, trazem dos céus
ecos do imenso amor do bom Deus.
Canta, minha alma! Canta ao Senhor!
Rende-lhe sempre ardente louvor!
Canta, minha alma! Canta ao Senhor!
Rende-lhe sempre ardente louvor!
Sempre vivendo em seu grande amor
sinto alegria em meu Salvador.
Com esperança vivo na luz.
Oh! que bondade e amor de Jesus.
Canta, minha alma! Canta ao Senhor!
Rende-lhe sempre ardente louvor!
Canta, minha alma! Canta ao Senhor!
Rende-lhe sempre ardente louvor!
sábado, 1 de junho de 2013
A vaidade nossa de cada dia
Lucas 8:17 Nada há oculto, que não haja de manifestar-se, nem escondido, que não venha a ser conhecido e revelado.
Eclesiastes 1:2 Vaidade de vaidades, diz o Pregador; vaidade de vaidades, tudo é vaidade.
A Bíblia é um livro do qual muitas pessoas fogem. Há os que fogem de modo inconsciente. Fogem porque não a conhecem, não sabem como devem lê-la. Mas há outros que fogem da Bíblia de modo muito consciente. E, infelizmente, alguns destes que fogem da Bíblia, são justamente os que a conhecem. Nós que lemos e estudamos a Bíblia com uma certa frequência, somos confrontados com nossos pecados. Pois essa é uma das funções da Palavra de Deus: mostrar o que está oculto e escondido.
De acordo com Jesus, mais dia, menos dia, o que está oculto vai ser revelado. Portanto, enganamo-nos a nós mesmos se queremos esconder alguma coisa em nossos corações. Diante de Deus "todas as coisas estão descobertas e patentes aos olhos daquele a quem temos de prestar contas." (Hebreus 4:13). Esse é um dos versículos dos quais fugimos, tentamos esquecer, passamos por cima das nossas leituras. Quando refletimos que haveremos de prestar contas a Deus, somos obrigados a lembrar que não perdoamos "a todos os que nos têm ofendido". Somos forçados a lembrar do pecado oculto do nosso coração que ninguém conhece, mas que teimamos em largar porque gostamos de praticá-lo.
Quando refletimos com a Bíblia aberta, somos obrigados a reconhecer que nosso pecado nos dá prazer no momento que o cometemos, para então, só depois dele consumado, reconhecermos que não deveríamos tê-lo praticado. É só depois que pecamos que sentimos nojo do pecado. Mas muitas vezes não fugimos dos nossos pecados e até os buscamos. Nesse momento em que escrevo minhas memórias teimam em me fazer dos meus desejos pecaminosos. E a Bíblia continua ecoando a sentença na minha cabeça: PECADOR, PECADOR!!!!!
É aquele desafeto no meu trabalho que não quero perdoar - quem sabe um desafeto na igreja da qual sou membro, ou um parente da minha família que eu não gosto. Quem sabe é o nome que você construiu ao longo da sua carreira. De repente, você se orgulha das convicções que tem sobre a vida que te fazem sentir melhor do que outros. Você já se pegou achando que está sempre certo nas suas conversas com seu cônjuge ou com seus filhos! Você já percebeu que tudo tem que ser feito do seu jeito, da sua maneira e é incapaz de perceber que outras pessoas podem ter ideias melhores que as suas? Quantas vezes vocês fala coisas que um filho de Deus não deveria falar? E mesmo assim, arrogantemente diz que isso mesmo, no momento de raiva ou de descontração fala dessa maneira.
Sabe o que é isso: TUDO É VAIDADE! Vaidade nossa que nossa opinião é melhor que a do cônjuge. Vaidade nossa que somos mais importantes do que realmente somos. Vaidade nossa que achamos que o outro precisa mudar para nós mudarmos. Vaidade nossa que achamos que já melhoramos em muita coisa e não temos mais que mudar. Vaidade nossa que achamos que podemos conviver com sentimentos de raiva e ira no nosso coração. Deus odeia essa atitude! Nós temos vaidade das nossas convicções e de como as defendemos numa conversa. É vaidade nossa dizermos que somos cristãos e não damos a outra face. É orgulho cristão não ajudar o necessitado, simplesmente porque achamos que tal pessoa pode "se virar sozinho", ou porque "se eu não fizer, alguém vai fazer".
Por que não nos livramos definitivamente daqueles pecados ocultos? Talvez porque sejamos mais fracos que esses pecados. Talvez não largamos nossos pecados porque ainda não buscamos a Deus como devemos. Tenho conhecido muitas pessoas que não abandonam os pecados porque não querem mudar o estilo de vida. Muitos desses não têm coragem de mudar porque se acostumaram a essa situação e vivem no conforto do pecado. As consequências ainda não são graves e é confortável viver desse jeito. Muitas pessoas não querem mudar de vida porque não conhecem outro tipo de vida. É pecado atrás de pecado e vaidade em cima de vaidade.
Cabe refletirmos nisso ouvindo a música do João Alexandre - Vaidade
Eclesiastes 1:2 Vaidade de vaidades, diz o Pregador; vaidade de vaidades, tudo é vaidade.
A Bíblia é um livro do qual muitas pessoas fogem. Há os que fogem de modo inconsciente. Fogem porque não a conhecem, não sabem como devem lê-la. Mas há outros que fogem da Bíblia de modo muito consciente. E, infelizmente, alguns destes que fogem da Bíblia, são justamente os que a conhecem. Nós que lemos e estudamos a Bíblia com uma certa frequência, somos confrontados com nossos pecados. Pois essa é uma das funções da Palavra de Deus: mostrar o que está oculto e escondido.
De acordo com Jesus, mais dia, menos dia, o que está oculto vai ser revelado. Portanto, enganamo-nos a nós mesmos se queremos esconder alguma coisa em nossos corações. Diante de Deus "todas as coisas estão descobertas e patentes aos olhos daquele a quem temos de prestar contas." (Hebreus 4:13). Esse é um dos versículos dos quais fugimos, tentamos esquecer, passamos por cima das nossas leituras. Quando refletimos que haveremos de prestar contas a Deus, somos obrigados a lembrar que não perdoamos "a todos os que nos têm ofendido". Somos forçados a lembrar do pecado oculto do nosso coração que ninguém conhece, mas que teimamos em largar porque gostamos de praticá-lo.
Quando refletimos com a Bíblia aberta, somos obrigados a reconhecer que nosso pecado nos dá prazer no momento que o cometemos, para então, só depois dele consumado, reconhecermos que não deveríamos tê-lo praticado. É só depois que pecamos que sentimos nojo do pecado. Mas muitas vezes não fugimos dos nossos pecados e até os buscamos. Nesse momento em que escrevo minhas memórias teimam em me fazer dos meus desejos pecaminosos. E a Bíblia continua ecoando a sentença na minha cabeça: PECADOR, PECADOR!!!!!
É aquele desafeto no meu trabalho que não quero perdoar - quem sabe um desafeto na igreja da qual sou membro, ou um parente da minha família que eu não gosto. Quem sabe é o nome que você construiu ao longo da sua carreira. De repente, você se orgulha das convicções que tem sobre a vida que te fazem sentir melhor do que outros. Você já se pegou achando que está sempre certo nas suas conversas com seu cônjuge ou com seus filhos! Você já percebeu que tudo tem que ser feito do seu jeito, da sua maneira e é incapaz de perceber que outras pessoas podem ter ideias melhores que as suas? Quantas vezes vocês fala coisas que um filho de Deus não deveria falar? E mesmo assim, arrogantemente diz que isso mesmo, no momento de raiva ou de descontração fala dessa maneira.
Sabe o que é isso: TUDO É VAIDADE! Vaidade nossa que nossa opinião é melhor que a do cônjuge. Vaidade nossa que somos mais importantes do que realmente somos. Vaidade nossa que achamos que o outro precisa mudar para nós mudarmos. Vaidade nossa que achamos que já melhoramos em muita coisa e não temos mais que mudar. Vaidade nossa que achamos que podemos conviver com sentimentos de raiva e ira no nosso coração. Deus odeia essa atitude! Nós temos vaidade das nossas convicções e de como as defendemos numa conversa. É vaidade nossa dizermos que somos cristãos e não damos a outra face. É orgulho cristão não ajudar o necessitado, simplesmente porque achamos que tal pessoa pode "se virar sozinho", ou porque "se eu não fizer, alguém vai fazer".
Por que não nos livramos definitivamente daqueles pecados ocultos? Talvez porque sejamos mais fracos que esses pecados. Talvez não largamos nossos pecados porque ainda não buscamos a Deus como devemos. Tenho conhecido muitas pessoas que não abandonam os pecados porque não querem mudar o estilo de vida. Muitos desses não têm coragem de mudar porque se acostumaram a essa situação e vivem no conforto do pecado. As consequências ainda não são graves e é confortável viver desse jeito. Muitas pessoas não querem mudar de vida porque não conhecem outro tipo de vida. É pecado atrás de pecado e vaidade em cima de vaidade.
Cabe refletirmos nisso ouvindo a música do João Alexandre - Vaidade
quinta-feira, 30 de maio de 2013
Deus, o criador do universo, não seu salvador!
No ano de 1987 o meu líder de jovens, hoje o Pr Décio Leme Jr, num estudo bíblico sobre salvação nos perguntou porque estávamos salvos. Todas as respostas foram mais ou menos assim: "Porque eu um dia aceitei a Jesus Cristo". E alguns comentários que se seguiram a essa resposta davam conta que qualquer um podia ser salvo, bastando aceitar a Jesus Cristo como seu suficiente Salvador. Depois de alguns outros comentários, alguém falou dos índios e outras pessoas que nunca ouviram ou ouviriam sobre Jesus Cristo, seriam eles salvos? A resposta do Décio foi enfática: "Não!" Aí a comoção foi geral. Três tipos de reações surgiram: "Não aceito o que você está dizendo e nem quero ouvi-lo"; "Não aceito o que você está dizendo, mas quer ouvir o que você vai ensinar" e "Nem aceito nem repudio o que você está ensinando, vou tentar entender melhor isso". Essa última foi a atitude que tomei.
Passados 26 anos, a doutrina do universalismo ou da salvação universal continua presente em nossos dias. Recentemente o livro de Rob Bell (O amor vence) causou muita polêmica na igreja evangélica pela postura radical na defesa de que todos serão salvos. Muito foi dito. Gente muito séria saiu em defesa de Bell. Como também muita gente séria saiu para mostrar o erro dessa doutrina. Eu não sou universalista. Não creio que na última hora - e nem agora - Deus vai salvar todo mundo. E não creio nessa doutrina simplesmente pelo fato de não encontrá-la na Bíblia. Vejo no Antigo e no Novo Testamentos muita gente que morreu perdida em seus pecados e não foi salva. Vejo gente que foi deixada por Jesus Cristo seguir seu próprio caminho, sem ser levada ao arrependimento. Não posso crer que Jesus Cristo vai salvar todo mundo na última hora, pois o "livro da última hora" não me mostra isso. Em Apocalipse 17:14, o apóstolo João, inspirado pelo Espírito Santo, escreveu que vencerão apenas os que estão com Ele e não todo mundo.
Pensando nessa doutrina hoje pela manhã, dois exemplos ocorridos com Jesus Cristo me vieram à mente. Um deles é a visita de Jesus Cristo às cidades de Tiro e Sidom. Em Mateus 11:21 lemos que para Betsaida e Corazim haverá mais rigor no Dia do Juízo do que para Tiro e Sidom. Isso porque em Betsaida e em Corazim Jesus Cristo operou muitos prodígios e eles não se arrependeriam da forma que Tiro e Sidom poderiam ter se arrependido. É espantoso ver que Jesus Cristo visitou as "cidades impenitentes" e não operou nenhum prodígio mesmo sabendo que elas se arrependeriam em pano de saco e cinza. Então, pergunto, por que Jesus não operou nenhum milagre naquelas cidades?
Em Marcos 3:8 lemos que as pessoas de Tiro e de Sidom vinham até Jesus porque ouviam falar muitas coisas sobre Ele, mas elas nunca tinham visto nada da parte de Jesus em suas própria cidades. Além disso, é curioso perceber que quando Jesus Cristo entra em Tiro e Sidom em uma de Suas visitas, Ele entra numa casa e pede para que ninguém saiba de Sua presença. E mesmo sendo descoberto naquela casa, não há nenhum registro em Marcos que Ele tenha feito algum sinal ou maravilha nessas cidades. Ora, por que Jesus Cristo não operou nenhum milagre? Não Lhe custaria nada? Ele não ficaria menos poderoso com isso! Eu sinceramente não tenho resposta para isso.
Outra situação de Jesus Cristo, que me parece contrária ao universalismo, é a Sua crucificação. Ele foi crucificado com dois ladrões. Pelas leis da época, esses ladrões mereciam aquela morte, mas Ele mesmo era um "justo morrendo pelos injustos". Um dos ladrões zomba dEle, mandano-O Se salvar como fez com outros (Lucas 23:39). Interessante é que Jesus Cristo nem responde a esse malfeitor zombeteiro. Ele nem dá atenção ao que o ladrão está falando. Jesus Cristo pede que o Pai perdoe os soldados que escarneciam dEle, mas não pede que o ladrão seja perdoado pela zombaria que comete. O ladrão propôs a mesma coisa que os soldados propuseram, mas Jesus Cristo nem conversa com esse malfeitor.
Na crucificação vemos dois homens semelhantes, condenados por merecimento e apenas um deles olha para Jesus Cristo pedindo por salvação. Ambos os ladrões estavam mortos espiritualmente (Efésios 2), ambos não desejavam a vida por estarem mortos (João 5:40) e apenas um é alcançado. Então pergunto, por que só um reconheceu Jesus Cristo como Salvador? Por que só um teve fé para crer na vida ao lado de Jesus Cristo depois da morte? Na cruz, apenas um dos ladrões vai ter entrada no paraíso com Jesus Cristo. É preciso lembrar que a "salvação pertence ao Senhor" (Jonas 2:9) e, pertencendo a Ele, nós não temos gerência sobre a nossa salvação e dos outros. A salvação é nossa apenas porque nos foi dada.
Não podemos escolher os versículos isoladamente e montar uma doutrina que se nos pareça confortável e, até mesmo, razoável. Argumentos que usam o grande amor de Deus, a grandeza do Seu amor, a Sua infinita misericórdia esquecem que Ele não deixa de ser amor quando age com justiça. A Bíblia nos ensina que Deus Se ira todos os dias. A mesma Bíblia diz que Ele ama todos os dias. Ele não é nem mais amor, nem mais justiça. Lembremos do episódio em que uma prostituta é levada até Jesus. Tanto ela como os seus acusadores precisavam de salvação. Ambos eram pecadores e necessitavam de perdão. Mas todos aqueles homens foram embora sem serem perdoados e Jesus não ficou chateado com a atitude deles. Nenhum deles, ao se perceberem pecadores, voltou-se para Jesus Cristo pedindo perdão. E Jesus não insistiu para que eles fossem perdoados. Mas a prostituta não foi procurar Jesus Cristo buscando perdão. Será que ela queria ser perdoada? Ela não foi espontaneamente buscar o perdão de seus pecados. E mesmo assim, sem querer ser perdoada, Jesus Cristo a perdoou.
Jesus Cristo salva a quem quer e eu não tenho que dizer a Ele quem Ele tem que salvar, eu tenho apenas que anunciá-lO.
Passados 26 anos, a doutrina do universalismo ou da salvação universal continua presente em nossos dias. Recentemente o livro de Rob Bell (O amor vence) causou muita polêmica na igreja evangélica pela postura radical na defesa de que todos serão salvos. Muito foi dito. Gente muito séria saiu em defesa de Bell. Como também muita gente séria saiu para mostrar o erro dessa doutrina. Eu não sou universalista. Não creio que na última hora - e nem agora - Deus vai salvar todo mundo. E não creio nessa doutrina simplesmente pelo fato de não encontrá-la na Bíblia. Vejo no Antigo e no Novo Testamentos muita gente que morreu perdida em seus pecados e não foi salva. Vejo gente que foi deixada por Jesus Cristo seguir seu próprio caminho, sem ser levada ao arrependimento. Não posso crer que Jesus Cristo vai salvar todo mundo na última hora, pois o "livro da última hora" não me mostra isso. Em Apocalipse 17:14, o apóstolo João, inspirado pelo Espírito Santo, escreveu que vencerão apenas os que estão com Ele e não todo mundo.
Pensando nessa doutrina hoje pela manhã, dois exemplos ocorridos com Jesus Cristo me vieram à mente. Um deles é a visita de Jesus Cristo às cidades de Tiro e Sidom. Em Mateus 11:21 lemos que para Betsaida e Corazim haverá mais rigor no Dia do Juízo do que para Tiro e Sidom. Isso porque em Betsaida e em Corazim Jesus Cristo operou muitos prodígios e eles não se arrependeriam da forma que Tiro e Sidom poderiam ter se arrependido. É espantoso ver que Jesus Cristo visitou as "cidades impenitentes" e não operou nenhum prodígio mesmo sabendo que elas se arrependeriam em pano de saco e cinza. Então, pergunto, por que Jesus não operou nenhum milagre naquelas cidades?
Em Marcos 3:8 lemos que as pessoas de Tiro e de Sidom vinham até Jesus porque ouviam falar muitas coisas sobre Ele, mas elas nunca tinham visto nada da parte de Jesus em suas própria cidades. Além disso, é curioso perceber que quando Jesus Cristo entra em Tiro e Sidom em uma de Suas visitas, Ele entra numa casa e pede para que ninguém saiba de Sua presença. E mesmo sendo descoberto naquela casa, não há nenhum registro em Marcos que Ele tenha feito algum sinal ou maravilha nessas cidades. Ora, por que Jesus Cristo não operou nenhum milagre? Não Lhe custaria nada? Ele não ficaria menos poderoso com isso! Eu sinceramente não tenho resposta para isso.
Outra situação de Jesus Cristo, que me parece contrária ao universalismo, é a Sua crucificação. Ele foi crucificado com dois ladrões. Pelas leis da época, esses ladrões mereciam aquela morte, mas Ele mesmo era um "justo morrendo pelos injustos". Um dos ladrões zomba dEle, mandano-O Se salvar como fez com outros (Lucas 23:39). Interessante é que Jesus Cristo nem responde a esse malfeitor zombeteiro. Ele nem dá atenção ao que o ladrão está falando. Jesus Cristo pede que o Pai perdoe os soldados que escarneciam dEle, mas não pede que o ladrão seja perdoado pela zombaria que comete. O ladrão propôs a mesma coisa que os soldados propuseram, mas Jesus Cristo nem conversa com esse malfeitor.
Na crucificação vemos dois homens semelhantes, condenados por merecimento e apenas um deles olha para Jesus Cristo pedindo por salvação. Ambos os ladrões estavam mortos espiritualmente (Efésios 2), ambos não desejavam a vida por estarem mortos (João 5:40) e apenas um é alcançado. Então pergunto, por que só um reconheceu Jesus Cristo como Salvador? Por que só um teve fé para crer na vida ao lado de Jesus Cristo depois da morte? Na cruz, apenas um dos ladrões vai ter entrada no paraíso com Jesus Cristo. É preciso lembrar que a "salvação pertence ao Senhor" (Jonas 2:9) e, pertencendo a Ele, nós não temos gerência sobre a nossa salvação e dos outros. A salvação é nossa apenas porque nos foi dada.
Não podemos escolher os versículos isoladamente e montar uma doutrina que se nos pareça confortável e, até mesmo, razoável. Argumentos que usam o grande amor de Deus, a grandeza do Seu amor, a Sua infinita misericórdia esquecem que Ele não deixa de ser amor quando age com justiça. A Bíblia nos ensina que Deus Se ira todos os dias. A mesma Bíblia diz que Ele ama todos os dias. Ele não é nem mais amor, nem mais justiça. Lembremos do episódio em que uma prostituta é levada até Jesus. Tanto ela como os seus acusadores precisavam de salvação. Ambos eram pecadores e necessitavam de perdão. Mas todos aqueles homens foram embora sem serem perdoados e Jesus não ficou chateado com a atitude deles. Nenhum deles, ao se perceberem pecadores, voltou-se para Jesus Cristo pedindo perdão. E Jesus não insistiu para que eles fossem perdoados. Mas a prostituta não foi procurar Jesus Cristo buscando perdão. Será que ela queria ser perdoada? Ela não foi espontaneamente buscar o perdão de seus pecados. E mesmo assim, sem querer ser perdoada, Jesus Cristo a perdoou.
Jesus Cristo salva a quem quer e eu não tenho que dizer a Ele quem Ele tem que salvar, eu tenho apenas que anunciá-lO.
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