Sou professor de Biologia, mas também tenho que corrigir muitos erros de português das respostas dos meus alunos. Já li um monte de palavras estranhas: shi-shi (xixi), Jossoaris (Jô Soares), serumano (ser humano) e muitas outras. Por isso mesmo, incomoda-me muito quem tem a obrigação de ensinar e de ser exemplo, destruir o nosso vernáculo. Pais, professores, jornalistas, profissionais da imprensa e até mesmo pastores estão no rol de pessoas que precisam saber usar o vernáculo. Tenho muita dificuldade em concordar com o erro. Lógico. Contudo, quando o erro vem seguindo de arrogância, presunção e altivez, ele se torna mais nojento ainda.
Em São Paulo nasceu um movimento evangélico que alcançou várias partes do mundo. A igreja Renascer em Cristo sempre teve uma proposta inovadora em tudo que se pôs a fazer. Cultos, liturgia, música, pregação, administração sempre teve um toque de vanguarda. Só que isso pode trazer sérios problemas. Não vou ficar discutindo os problemas que seus líderes causaram para as pessoas. Nem quero discutir aqui os problemas que esses mesmos líderes têm com a justiça. Mas se realmente eles foram colocados numa posição de ensinar, eles poderiam pelo menos ensinar direito a Língua Portuguesa.
Dias desses, já faz tempo, estava fazendo uma pesquisa no maior dicionário da Língua Portuguesa aqui no Brasil, o Dicionário Houaiss. Meu interesse era pela palavra bispa, quando me deparei com o seguinte: BISPA: SUBSTANTIVO FEMININO. RUBRICA: AGRICULTURA. REGIONALISMO: ÍNDIA. VARIEDADE DE MANGA. Antes da liderança da Renascer colocar a Sonia Hernandes como bispa, nunca tinha ouvido essa palavra. Se lhe deram a designação de bispa por que ela é responsável pela supervisão de um grupo de pastores, o tratamento deveria ser de episcopisa. Mas, convenhamos, se ela fosse chamada de Episcopisa Sonia, seria mais estranho ainda. Pois bem, além de não concordar teologicamente com tal designação, a palavra não tem o significado atribuído a ela na língua portuguesa.
Aí, fazendo mais algumas pesquisas na internet, deparei-me com outra aberração lingüística, a palavra apóstola. Acabei entrando no site da Igreja Apostólica Casa Firme (http://www.casafirme.com.br) e vi que ela é dirigida por uma apóstola. Depois me dei conta que a Valnice Milhomens já era chamada desse jeito há algum tempo. Para minha surpresa, agora há igrejas com uma nova designação, que não existe nem na Bíblia nem na língua portuguesa. Como não posso ficar aqui apenas criticando, vai um serviço de utilidade pública, principalmente para essa gente leiga: o Professor Pasquale Cipro Neto tem um site, no qual vocês podem entrar em contato com ele. É só clicar aqui.
Um comentário:
Ae Marcão! Dei boas risadas aqui em casa. BISPA?!?!
Lembrei da música da banda lá do RJ.
"A Manga lá no alto da mangueira, faz doce menina, faz doce menina....", acho que o nome da banda é Crombe
Abraço,
André
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