quarta-feira, 22 de junho de 2011

Meu amor pela Verdade


          Amo estudar a Bíblia desde meus 15 anos de idade. Depois que ganhei o sermão Eleição, por C. H. Spurgeon, nunca mais parei de estudá-la. Comprei livros, frequentei uma biblioteca evangélica, participei de congressos, conversei com pastores e teólogos e nunca deixei de querer entender o que A Bíblia ensina sobre seus mais variados temas.
             
          Depois descobri que isso se chamava “fazer teologia”. Os livros que comprava, os assuntos pelos quais me interessava, as conversas que mantinha giravam em torno do assunto TEOLOGIA. Nunca me interessei muito por livros sobre testemunhos, biografias, aconselhamento pastoral ou outros temas. Sempre me interessei pelas doutrinas bíblicas, pela análise dessas doutrinas e o que os pensadores cristãos tinham a dizer sobre esses temas.

          Com o tempo descobri, no meu círculo de amigos e no contexto da minha igreja, que pouco se interessavam por esses assuntos. Alguns me diziam que estudar doutrina era chato e eu não conseguia entender isso. Sempre nutri um amor muito grande pelo binômio ensino-aprendizagem. Não que a leitura de testemunhos não fosse interessante e importante. Mas entender o que a Bíblia ensinava (e ensina) sempre me chamou a atenção.
 
           Quando conheci o ICP (Instituto Cristão de Pesquisas) quando ainda era presidido pelo Pr Paulo Romeiro passei a amar ainda mais a Palavra de Deus e esse tipo de ministério – explicar aos outros o que a Bíblia ensina e mostrar os erros que muitos ensinamentos têm. Depois disso, outro revés: descobri que muitos cristãos não gostavam desse tipo de atitude. Eu tinha uns 20 anos e não entendia por que os líderes mais famosos daquela época “olhavam de cara feia” para a refutação de suas teologias.

             Lembro-me quando o Pr Paulo Romeiro lançou seu primeiro livro – Evangélicos em Crise. Ele “apanhou” de todos os lados. Muitos pentecostais na época não o apoiaram, apesar de ele mesmo ser pentecostal. Interessante foi perceber que os tradicionais apoiaram a sua publicação. É bem verdade que muitos pentecostais o apoiaram. Eu não compreendia o fato das pessoas não aceitarem rever suas posições, mudar seu jeito de pensar, mudar de atitude e assumirem seus erros. 

O tempo passou e “deixei as coisas de menino”, contudo o amor pelo que a Bíblia ensina não desapareceu. Ainda hoje, uma bela exposição doutrinária me enche os olhos de alegria. Amo a pregação expositiva e o quanto ela exalta a Palavra de Deus e o Deus da Palavra. Mas a realidade à minha volta não mudou muito. Percebo que muita gente continua a não gostar de doutrina e do estudo das doutrinas bíblicas. Há quem a considere chata, difícil, ultrapassada, desnecessária, relevante e por aí vai. Ouço que o estudo das doutrinas “mata o amor” e que o amor é mais importante que tudo.

Mas essas pessoas se esquecem que o “apóstolo do amor”, João, estabeleceu que o amor deve ser exercido, vivido e praticado “na verdade”, tendo a Verdade como base, como fundamento. Onde não há verdade não pode existir amor. “E conhecereis a verdade e a verdade vos libertará.”

Nesses últimos anos tenho percebido uma ênfase muito grande que está sendo dada ao amor – e muitos escrevem Amor, com “a” maiúsculo, não sei por quê – em detrimento de outros atributos de Deus e de outras realidades na pessoa de Jesus. Ao afirmarem que Jesus amou as pessoas, os cristãos atuais se esquecem das palavras de condenação que o próprio Jesus proferiu várias vezes ao longo de sua vida terrena.

Aí cabe a pergunta: Jesus amou os escribas, fariseus e religiosos de sua época? Se Ele de fato amou essas pessoas, por que Ele não teve o mesmo comportamento com eles como teve com Zaqueu, Marta e Maria, com a mulher com fluxo de sangue ou com o cego em Jericó?

Eu amo a teologia, o estudo sistemático e sistematizado das Sagradas Escrituras e, se Deus quiser, nunca vou deixar de amar. Pois, amando a Sua Palavra e conhecendo-a, só assim poderei amar as pessoas.

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