sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Quero virar um religioso!

Ao longo do tempo as palavras vão perdendo seu sentido original. Se o problema fosse só a perda do sentido, não seria tão grave assim. O ruim é quando a palavra assume um sentido completamente diferente da sua origem. Eu poderia citar vários exemplos. Um exemplo que eu já usei aqui foi com a palavra fundamentalista. Hoje essa palavra significa algo danoso para a sociedade. Mas nem sempre foi assim. Em um certo sentido, todo cristão deveria ser fundamentalista (leia aqui).

Gostaria de lhe perguntar algo: você é religioso? Dependendo do contexto em que você vive, a resposta dessa pergunta pode ser muito perigosa. Deixe-me responder a essa pergunta. Eu não sou o religioso que deveria ser.

Como assim? É isso mesmo. Todo cristão deve ser uma pessoa religiosa. A palavra religião tem o sentido de "religar". E ela surgiu num contexto muito simples. As pessoas não tinham mais nenhum contato com Deus, estavam afastadas de Deus e a religião surge, justamente, dessa necessidade de contato com o Criador.


O problema está no que as pessoas transformaram a religião. Hoje uma pessoa identificada como religiosa traz consigo aspectos negativos de comportamento, pensamento, sentimentos e ações que são difíceis de serem aceitos. Mas é difícil aceitar a idéia correta da religião porque nós, como discípulos de Jesus, também perdemos a noção correta do que é ser religioso.


A apóstolo Tiago nem ligou para os religiosos da sua época e botou o dedo na ferida. Ele escreveu que existe uma religião que é pura e sem mácula (você consegue imaginar um religioso de intenções honestas e puras?) e que essa verdadeira religião consiste em dois tipos de ações: (1) visitar órfãos e viúvas e (2) manter-se incontaminado do mal. Veja suas palavras (Tiago 1: 27):


"A religião pura e sem mácula, para com o nosso Deus e Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações e a si mesmo guardar-se incontaminado do mundo."

Quando Jesus atacou os religiosos da sua época, ele estava pensando exatamente nisso. Os mais carentes de relacionamento humano (órfãos e viúvas) eram desprezados pelos religiosos e eles mesmos contaminavam as outras pessoas com suas práticas errôneas. Essa prática correta da religião foi instituída pelo próprio Jesus quando ele ensinava como devemos "amar o próximo como a si mesmo".

Hoje em dia, na igreja evangélica brasileira, pastores, pregadores televisos, blogueiros, escritores de livro entraram na onda de abolir a religião. O problema não é abolir a religião. O real problema é que não vivemos a verdadeira religião. O problema é que permitimos que a noção mundana de religião entrasse na igreja e, assim, fomos moldados a essa forma de ver a religiosidade. Ao contrário do que o apóstolo Paulo nos ensinou em Romanos 12:1-2: não devemos adquirir a mesma forma de mundo, mas é nossa obrigação transformar o mundo pela renovação do nosso entendimento.

Se devemos transformar o mundo pela transformação que há em nós, que comecemos por isso então: amparar órfãos e viúvos e nos afastar da contaminação do mundo. As duas ações correm juntas, paralelas, inseparadas. Se flharmos em uma delas, falharemos em ambas. 

Torne-se um religioso, um religioso da religião que Jesus Cristo começou e instituiu.

2 comentários:

ev disse...

é isso ae marcão. Vc roubou um texto meu, rs , eu ia escrever sobre isso, mas beleza, hehe.

Eu sou religioso, quero ser religioso... a boa religiao, é claro.

Abraçao

Ev.

Léo disse...

O significado de religião é religar com algo superior, que no nosso caso é Deus, acho que as pessoas são burras e não sabem o que falam, por isso surge tanta m.......... nas igrejas, televisões e outros.
Parabens pelo texto e sim, sou um religioso, no sentido verdadeiro da palavra.

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