domingo, 2 de fevereiro de 2014

As sete palavras da cruz




“Contudo, Jesus dizia: Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem. Então, repartindo as vestes dele, lançaram sortes.” Lucas 23:34
Como era costume na época, as vestes do crucificado eram tomadas pelos executores. Mas no caso de Jesus Cristo, é o Executado que divide o Seu perdão com aqueles que não mereciam nada dEle. Jesus Cristo é o exemplo que, no reino de Deus, a vida nasce da morte: da morte do Autor da vida e da morte da nossa vida para o pecado. Nesse momento vemos se cumprir as Escrituras registradas no Salmo 22:18.


“Jesus lhe respondeu: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso.” Lucas 23:43
Jesus estava morrendo entre dois ladrões. Eles sim, merecedores daquela morte (Lucas 23:41). Jesus não merecia aquela morte, mas por um daqueles ladrões, Ele estava morrendo também. O comportamento de Mestre nesse episódio é muito interessante e intrigante. Havia um grupo de soldados romanos que estava zombando dEle, disputando suas vestes e o intitulando como “rei dos judeus” (Lucas 23:33-38). Pendurado, ao seu lado, um ladrão que também zombava dEle, instigando-O a que Se salvasse e aos ladrões (Lucas 23:39). Veja você que ambos, soldados e o ladrão, tinham a mesma atitude contra Jesus Cristo, mas Ele pediu por perdão apenas para um grupo. Mesmo sabendo que o “mau ladrão” carecia do perdão sob pena de não “estar no paraíso” (Lucas 23:43), Jesus Cristo não clamou por ele. Sequer Jesus conversou com ele. Por que Jesus mostra compaixão pelos soldados zombadores e não mostra sentimento algum pelo “mau ladrão”? O outro ladrão, conhecido como “bom ladrão” repreende o “mau ladrão” e, mais surpreendente, ele reconhece que está diante de Deus e que Este está morrendo na mesma sentença (Lucas 23:40-41). Agora cabe-nos a pergunta, quem foi que disse ao “bom ladrão” que Jesus é Deus? Como isso lhe foi revelado?

“Ora, Jesus, vendo ali sua mãe e que o discípulo a quem ele amava estava presente, disse à sua mãe: Mulher, eis aí o teu filho. Depois, disse ao discípulo: Eis aí tua mãe. E desde aquela hora o discípulo a recebeu em sua casa.” João 19:26-27
Ainda que estivesse agonizando, Jesus exalta o mandamento de honrar pai e mãe, contudo, Seus dias não foram “longos na terra”. É possível que José, seu pai, já tivesse morrido e Jesus, como o primogênito, tinha que cuidar de sua mãe. Ao morrer Ele recorre ao discípulo amado, João. Isso nos leva a pensar, com quem temos andado no nosso dia a dia? Quem é nosso “filho” e nossa “mãe”? Quem tem cuidado de nós, de nossos filhos? Mesmo tendo os 11 discípulos, Jesus recorreu a apenas um deles. Mesmo porque os outros 10 tinham fugido na hora da crucificação!

“Por volta da hora nona, clamou Jesus em alta voz, dizendo: Eli, Eli, lamá sabactâni? O que quer dizer: Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” Mateus 27:46
Jesus Cristo foi constituído pelo Pai a ser o representante e substituto do Seu povo no plano da redenção. Graças a Deus não precisamos morrer em cumprimento da sentença de morte estabelecida pelo próprio Deus. Ele morreu a nossa morte. Ele carregou os nossos pecados e pagou o preço que era nosso. Isso significa que, ao pagar a nossa “escrita de dívida”, passamos a ser considerados inocentes, sem culpa. O peso do nosso pecado era de tal monta que o Pai não foi capaz de contemplar Seu próprio Filho morrendo. A santidade de Deus O faz intolerante para o pecado. O Ser que é três vezes santo abomina o pecado de tal modo que Ele não pode nem olhar para o pecado. A Sua santidade, a beleza dos Seus atributos, não pode ser maculada nem pela visão do pecado. Aqui aprendemos que devemos odiar o pecado com a mesma disposição que o nosso Pai o odeia. O pecado é o mal sem par, o maior mal do mundo e é contra ele que a Igreja foi colocada. O pecado nascido no coração do inferno não vai prevalecer contra a Igreja, como profetizou o Dono da Igreja. Queridos irmãos e irmãs, estamos abandonando o pecado da nossa vida? Hoje amamos menos o pecado do que no início da nossa vida cristã? Entre a “concupiscência da carne, dos olhos e a soberba da vida” e a Bíblia, a oração e a “comunhão dos santos”, o que optamos? Entre a casa de Deus e a cama no domingo de manhã, qual é a nossa escolha? Nosso ódio ao pecado está ligado diretamente ao tamanho do nosso amor por Deus.

“Depois, vendo Jesus que tudo já estava consumado, para se cumprir a Escritura, disse: Tenho sede!” João 19:28
Jesus era verdadeiro homem e verdadeiro Deus. Esse pedido “tenho sede” mostra a humanidade de Jesus Cristo e Sua fraqueza no momento da morte. Isso já seria suficiente para acabar com toda a heresia do gnosticismo “que afirmava que o Cristo divino veio sobre Jesus quando foi batizado e o deixou quando morreu. Aquele que sofreu a sede na cruz ofereceu Sua vida para saciar a sede espiritual do mundo.” E o único discípulo que presenciou essa demonstração inequívoca da humanidade de Jesus Cristo foi, mais à frente, responsável por escrever contra o gnosticismo que já aparecia (Epístolas de João).

“Quando, pois, Jesus tomou o vinagre, disse: Está consumado! E, inclinando a cabeça, rendeu o espírito.” João 19:30
Ele verá o fruto do penoso trabalho de sua alma, e ficará satisfeito" (Isaías 53:10-11). Você já teve a sensação de dever cumprido depois de ter realizado uma tarefa muito árdua? Depois de um dia de trabalho, ou do conserto de alguma coisa em casa. Depois de muito trabalho, você chega em casa e senta no sofá, dá aquela relaxada e se sente feliz!!! O problema é que muitas vezes, depois de trabalharmos tanto, no dia seguinte temos de voltar e recomeçar de onde paramos. Com Jesus Cristo não aconteceu isso. A obra de salvação que Ele realizou, Ele a fez de uma vez por todas, é definitiva, sem a necessidade de revisão, aditivos ou emendas. Quando Ele disse “está consumado” Ele estava colocando um ponto final na questão mais importante da nossa vida: a salvação da nossa alma. Não há o que precisa ser feito, pois Ele fez tudo que era possível ser feito. Nada pode ser acrescentado porque não há necessidade de acrescentar nada. Nada pode ser suprimido, porque se alguma coisa for tirada do Seu sacrifício vai deixar de ser o verdadeiro sacrifício de Jesus Cristo. Irmãos, descansemos na suficiência de Jesus Cristo, não precisamos de mais ninguém, não precisamos de mais nada. Qualquer esforço da nossa parte será em vão.

“Então, Jesus clamou em alta voz: Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito! E, dito isto, expirou.” Lucas 23:46
Essa é a única sensação que ainda nenhum de nós já teve oportunidade de experimentar. Essa é ainda a única frase que não pudemos dizer. O momento da morte será único para cada um de nós. Tão único que não poderemos repartir com nossos amigos, parentes ou irmãos. Como será a sua morte? Jesus Cristo sempre soube como seria a dEle. Você é capaz de imaginar como você viveria sabendo que aos 33 anos de vida você morreria crucificado e sofrendo dores terríveis? Se o médico nos dissesse que temos 6 meses de vida, o que faríamos nesse tempo? Você teria alegria em viver sabendo que está condenado a morrer em tal dia e tal hora?

Irmãos, é ou não a natureza divina de Jesus Cristo que O sustentou durante os anos do Seu ministério? Que homem, suportaria viver com essa condenação já decretada e sem a possibilidade de revogação!!! Jesus Cristo só pôde Se encarnar e passar por tudo o que passou porque Ele é Deus; homem algum teria essa capacidade!!! São essas terríveis palavras de cruz que nos trazem a paz. E o fato mais surpreendente é que Ele mesmo Se entregou voluntariamente para morrer e me substituir na cruz. Ninguém o forçou, ninguém o obrigou. Ele não estava coagido Se sentido na obrigação de fazer alguma coisa. O mesmo Deus que o desamparou no momento mais agudo da vida é o Deus que recebe Seu espírito no estertor da vida. No último fôlego de vida, Jesus o usa para glorificar a Deus e mostrar que a nossa vida é do Pai, não nossa.

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