Essa é a terceira parte das
minhas reflexões sobre o fato de Jesus Cristo não ter morrido por todas as
pessoas. E, na verdade, não sei quantas partes ainda vão ter. Mas não quero me
estender muito neste assunto, pois existem muitos outros a serem tratados.
Num primeiro momento, quando ouvimos ou lemos alguém
dizer que Jesus não morreu por todas as pessoas em todas as eras, ficamos
chocados. E então, perguntamos: “Como é
possível Jesus não ter morrido por todos?” E isso está diretamente ligado
com a noção que temos do amor de Jesus Cristo. Ora, se Deus é amor e Jesus
Cristo é a exata expressão de Deus, logo o amor de Jesus é tão grande que o fez
morrer por todos os homens. E assim, pensamos que Jesus morreu por todas as
pessoas porque Seu amor é infinito. E com um amor desse tamanho, Ele não
poderia ter morrido por um número limitado de pessoas.
Pensamos, erroneamente, que fazemos o amor de Deus maior
quando afirmamos que Jesus Cristo teria morrido por todas as pessoas. O amor de
Deus é grande porque Deus é grande. O amor de Deus é poderoso, porque Deus é
poderoso. No Antigo Testamento Deus Se relaciona de modo especial apenas com o
povo judeu, de Israel. E ninguém chama Deus de pequeno por causa disso. De
todos os povos escravizados na Terra, na época do império egípcio, apenas os
judeus ganharam sua liberdade e ninguém reclama disso. Por que Deus não ajudou
outros povos que eram escravizados pelos egípcios?
O apóstolo João é quem afirmou que Jesus é a expressão de
Deus, o Pai (João, capítulo 1). Ora, se Jesus Cristo é a expressão de Deus por
que Ele mostraria um Deus diferente dAquele do Antigo Testamento? Um dos
atributos de Deus é a Sua imutabilidade (Malaquias 3:6). Portanto, o Deus do
Antigo Testamento é o mesmo Deus revelado por Jesus Cristo no Novo Testamento.
Mas vamos voltar à questão crucial nesse estudo: por quem Cristo morreu?
No primeiro post (clique aqui) vimos que Jesus morreu
apenas por aqueles que creem nEle (João 3:16). No segundo post, vimos que a fé
para crer que Jesus morreu por mim é um dom especial de Deus e isso não vem de
nós (Efésios 2:8-9). Disso – e de outros textos bíblicos – decorre que apenas
àqueles a quem foi dada a fé para crer em Jesus Cristo como Salvador, são os
objetos da morte e ressurreição de Jesus Cristo. Ficou complicado?
O que estou tentando dizer é que Jesus Cristo morreu
apenas pelas pessoas que receberam ou que recebem fé salvífica para crer nessa
morte. E qual é a parte prática disso? Se eu creio em Jesus Cristo como meu
Senhor e Salvador pessoal, isso é fruto da fé recebi de Deus como Seu dom para
mim. Se eu não tivesse recebido essa fé salvífica, eu não teria condições de
crer em Jesus Cristo. Não existe salvação em Jesus Cristo sem fé para crer
nisso e nEle, do mesmo jeito que não existe mar sem água salgada. Salvação e fé
salvífica andam juntas. Se Jesus morreu por mim é certo que vou receber fé para
crer nEle.
Jesus tem toda a autoridade e poder nos céus e na terra
(Mateus 28:18). Isso significa que o sangue de Jesus tem o mesmo poder e
eficácia para aquilo que ele foi derramado. Não podemos conceber que Jesus
tenha fracassado em Sua missão, principalmente depois que lemos em Isaías 53:10-11,
que Ele ficaria satisfeito com o “fruto do penoso trabalho de sua alma”. Ora,
se Jesus Cristo está satisfeito com o resultado da Sua obra é sinal que o Seu
sangue é suficiente e eficiente para salvar aqueles para os quais esse sangue
foi derramado. É inconcebível que o sangue de Jesus seja incapaz de salvar
alguém. Ele – Jesus e Seu sangue – tem todo o poder para salvar e não deixar
morrer aqueles por quem Ele morreu.
No próximo post vou tratar de algumas razões pelas quais
Jesus não morreu por todos os homens, baseadas no livro Por quem Cristo morreu?,
de John Owen. Se quiser matar sua curiosidade, adquira o livro clicando nesse
link.
Nenhum comentário:
Postar um comentário